UK of IPANEMA
cá estou eu na visconde de pirajá.
aka United Kingdom of IPANEMA
É uma experiência fantástica.
Eu queria que estivesse aqui o Anderson França, pra poder ler a crônica dele sobre isso tudo.
Mas não está, então vou eu. Imprime-se o estilo. Tenta-se. Patético.
10,50 a água + café filtrado. Bom o café, vamo confessar. Mas 10,50. Tem tipo 15 pessoas na fila.
Empacotado o lugar.
Eis que o sujeito da minha frente, vários brincos, oclinho, camisa estampada verde, certamente cânhamo a matéria-prima.
Ele está MUITO na dúvida. Qual chá pedir.
Pergunta:
Qual chá tem menos cafeína?
(caralho bicho vai na esquina, compra um suco isso aqui é um Starbucks como assim MENAS cafeína, mas ok)
Mas Wellerson, o atendente,
que por sinal é bonito a beça,
lembra aquele filho do Amarildo que, disseram, virou modelo,
Wellerson podia ser ponta-esquerda revelado na Ponte também,
mas Wellerson não sabia qual chá tem menos cafeína.
aí você me pegou
será o verde
o, acho que, o, o preto ou o verde
vou querer o verde
blz
De repente o outro atendente até sabia. Um branco, trinta e tantos, oclinho Woody Allen, super hipster.
Cacete tem um branco servindo café aqui.
Por isso que essa merda tá cheia. Quantos lugares no rio, que não co-living, co-working, co-isa qualquer, tem branco servindo café?
ah ele deve fazer doutorado em antropologia do consumo. estudo de campo sabe
acho que vi ele num simpósio uma vez
gente isso aqui tá lembrando o Brooklyn nééaaammm
Galera, é uma dança florida de estereótipos. Um negócio da hora, sobrecultural.
Cá estão também:
-meu MacBook air mid 2013, lotado de adesiv-STICKERS das startups mais bacaninhas
-meu MOLESKINE preto. Lindo, presente do Google
-meu recibo de 10,50 no café+agua
-eu mesmo, e uma canetinha de 25 reais, escrevendo croniquinha sobre Starbucks Ipanema
PORRA
eu sou parte do cenário
Ain’t life a bitch, folks?